Monocultura do eucalipto será tema de Audiência Pública na Câmara

por Administrador publicado 14/04/2018 10h40, última modificação 14/04/2018 11h07

Degradação e desertificação do solo, danos causados às águas, fauna e flora, trabalhadores lesionados devido a aplicação de agrotóxicos e êxodo rural compõem o quadro que será debatido em audiência pública que acontecerá em maio próximo – em data ainda não definida –, na sede da Câmara Municipal de Conceição da Barra.

A Audiência Pública, de autoria dos vereadores: Mirtes Eugênia Rodrigues Pereira Figueiredo – Presidente (PR), Sidiomar Souza Barbosa – Vice-Presidente (PSDB), Almir Maia Machado – 1º Secretário (PMDB), Joilda Araújo dos Santos (PRP), Jorge Rocha dos Santos (PSDC) e Juvenal dos Santos (PSC) foi aprovada por unanimidade em sessão realizada às 19 do dia 5 de abril, na sede do Poder Legislativo.

“Ao longo de décadas, a monocultura do eucalipto, em Conceição da Barra, vem desenhando um panorama gerador de distorções socioeconômicas. Por um lado consome as terras agricultáveis e inviabiliza a agricultura familiar. Do outro, oferece um número reduzido de empregos, trazendo fome e miséria para o homem do campo”, explicou Mirtes Eugênia, que foi elogiada pelos vereadores George Batista Rodrigues (PV) e Adilson Vasconcelos Conceição (PSC) pela iniciativa da proposição.

O verde que recobre o município de Conceição da Barra, como vemos, é enganador.  As vastas plantações de eucalipto não são florestas, não se prestam a restaurar as infindáveis áreas de matas nativas suprimidas por esse insano modelo econômico e não geram nem a décima parte da oferta de empregos bradada por seus empreendedores.

Segundo dados de pesquisas realizadas principalmente no Sul da Bahia, onde atua a Suzano Papel e Celulose, para cada 183 hectares de eucalipto plantado é gerado apenas um emprego; em outras culturas, como a do café, a relação é de um emprego por hectare, enquanto a agricultura familiar insere toda a família apta ao trabalho.

Um estudo realizado por órgãos ambientais apontou em 2008 o fato de haver um período de descontrole fundiário, no qual a inexistência de políticas agrícolas de controle da monocultura trouxe graves consequências sociais para as famílias que vivem da agricultura familiar e, consequentemente, provocou um êxodo rural sem precedentes na história do município de Conceição da Barra.

 

Assessor Especial de Comunicação